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LP CARLOS LYRA (1961) - Vinícius de Moraes
DISCO
Não é a toa que o carioca Carlos Lyra é unanimemente considerado um dos grandes do movimento que se convencionou chamar de “bossa-nova”. Com vocação para a música desde garoto, e tocando violão de ouvido, teve ele aos 19 anos o seu primeiro sucesso gravado em disco: o samba “Menina”, sufragado um dos melhores de 1955 pelos cronistas especializados.
Outros se lhe deveriam seguir. “Lobo bobo” e “Saudade fez um samba”, de parceria com Ronaldo Bôscoli e “Maria Ninguém”, todo dele, impuseram em definitivo, através da interpretação personalíssima de João Gilberto, o estilo Carlos Lyra: sambas modernos com o novo balançado, mas marcadamente brasileiros; e muito bem talhados do ponto de vista da forma. Neste particular, Carlos Lyra é certamente, dentre todos os titulares da bossa-nova, o compositor mais clássico. Seu rigor formal, que pode futuramente vir a constituir um perigo, é, no entanto, até o presente, indicativo apenas da seriedade com que ele encara a sua missão de músico.
Carlinhos Lyra pertence ao que poderíamos chamar de “a corrente mais nacionalista da bossa-nova”. Vinícius de Moraes
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