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Carlos Lyra no Vidigal

Tido e havido como o primeiro romance brasileiro, "Memórias de Um Sargento de Milícias" narra um período da história do Brasil muito parecido com, bem, com tudo que está aí, só que agora mais complexo, mais tecnológico e mais violento. Manuel Antônio de Almeida, escrevendo em folhetim de jornal diário, aceitava o jogo de não agredir autoridades e “sociedade constituída”. Manerava. Crítico. Mas não feroz.
Em 1966 adaptamos o romance de MAA prum espetáculo no Largo do Boticário, dirigido por Geraldo Queiroz. O espetáculo foi sucesso inesperado pra nós, a atração fundamental a de ser interpretado por negros ; o jovem Antônio Pitanga, o jovem Milton Gonçalves, o jovem Procópio Mariano, o jovem Jorge Coutinho e a jovem (belíssima) Esmeralda Barros ; vocês podem não acreditar, mas há quarenta anos todo mundo era jovem.

Vinte anos depois , mais ou menos, sob a produção entusiasmada de Carlos (Carlão) Kroeber, figura realmente inesquecível de nosso teatro, Gianni Rato como diretor e eu como autor, voltamos à história, desta vez intitulada Vidigal - nome do sargentão, personagem central do romance de MAA.
Por unanimidade (Gianni Rato e eu), buscamos pra fazer a música do espetáculo, uma unanimidade na tribo musical. Carlinhos Lyra aceitou. Resultaram daí 18 músicas, tudo biscoito fino.

Músicas populares são compostas de todos os modos. O músico sozinho, fazendo música e letra, o músico e o letrista trabalhando juntos, o letrista botando letra sobre música já feita ( Carinhoso é exemplo clássico) e, talvez a mais difícil pro músico, o músico trabalhando sobre letras. Foi o caso de Vidigal. Pra mim foi fácil porque Carlinhos Lyra modificava aqui e ali - sempre me consultando - onde as tônicas ocasionalmente não batiam, me mostrava. Pouco a pouco as músicas foram criando o clima da peça, ambientação e personalidades. Os personagens de MAA, criados numa época de restrições naturais, foram ficando mais sensuais, os personagens mais safadinhos, mais verdadeiros.

Pois nunca houve épocas ingênuas na história. Houve sempre muitas hipócritas. Aliás, quase todas. Mas, nos sotões e nos terraços, nos porões e nos quintais, homens e mulheres, meninos e meninas, moças e moços, sempre encontraram modo e maneira de ir às falas. Com a libido ninguém pode. Lyra pegou o clima.

Depois de não muito tempo as músicas estavam prontas: Como, como, como!, Milícias e Malícias, Ditadura tem hora, Qual, Qual, Qual, e Carioca de Algema, que, pra minha enorme satisfação, virou nome de um CD de Lyra, e também batizou o conjunto de sua filha, a cantora Kay.

Não é pra qualquer um. Fiquei tocado. Depois de 18 músicas de parceria com Carlinhos Lyra, comecei a andar na rua com um pouco daquele galeio do Vinícius.

Millôr Fernandes

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