|
DE CARLOS A CARLOS Tom Jobim
Carlos Lyra, ou mais completamente, Carlos Eduardo Lyra Barbosa, elegante até no nome. Grande melodista, desenhista, harmonista, rei do ritmo, da síncope, do desenho, da ginga, do balanço, da dança, da lyra. Lyrista e lyricista, romântico de derramada ternura, nunca piegas, lacrimoso, açucarado. Formidável compositor. Lyrus, filho de Aphrodite, Deusa do Amor e da Beleza, da mythologia grega. Seus sambas e canções perdurarão, pela qualidade, leveza, simplicidade, profundidade, enquanto houver música. Você e eu, Primavera, Minha namorada, Marcha da quarta-feira de cinzas, Coisa mais linda, Maria Moita, Samba do Carioca, estas são algumas com Vinícius. Lobo bobo, Saudade fez um samba, Canção que morre no ar, Se é tarde me perdoa, entre outras, com Ronaldo Bôscoli. Carlos, também, é um excelente letrista e tem um vasto repertório de parceria com ele mesmo, como Maria Ninguém, Influência do jazz, Quando chegares, Ciúme, e muito mais. Tive o privilégio de orquestrar várias músicas do Carlos Lyra para o João Gilberto. Todas lindas, inesquecíveis. Carlos Lyra é único, é ímpar, outro igual não há. Abraço do Antonio, que também é Carlos. E como disse o poeta Carlos: "E como ficou chato ser moderno, agora serei eterno."
« Voltar
|
|